NATAL-RN

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Relato da Viagem

Conforme combinado, antes da meia-noite já estávamos no posto abastecendo e nos preparando para a largada. Tivemos a companhia do Julio Botto, também integrante do Buena Vista Moto Clube, que acompanhou nossos preparativos e a largada oficial. Antes mesmo de partir já tivemos que vestir as capas de chuva, pois pelo que dava para observar, vinha chuva pela frente.

Foi o que realmente aconteceu. Saímos de Curitiba-PR às 00h15m do dia 4 de setembro de 2009 e logo que pegamos a BR-116 para São Paulo, já fomos brindados com muita chuva, que aliás se estendeu até São Paulo e um pouco mais, na Fernão Dias com destino a Belo Horizonte-MG. Esta chuva só ficou para trás por volta das 10hs da manhã do dia 4. Nossa idéia era adiantar o máximo possível do primeiro trecho para tentar completar um Iron Butt de 2000 milhas (3.400 kms aproximadamente) em 48 horas para chegar em Natal. Para isso precisaríamos completar as primeiras 1000 milhas no máximo em 20 horas, aí teríamos tempo de completar 1.500 milhas (2.400 kms aproximadamente) em umas 30 horas, parar para descansar e continuar até Natal-RN antes da meia-noite do dia 5.

Tivemos muitos fatores que atrapalharam este primeiro dia. Pegamos muita chuva no primeiro trecho, depois pegamos o pessoal saindo para o feriadão entre Belo Horizonte-MG e Bela Vista de Minas-MG (mais ou menos 150 kms) com pista que não estava muito boa e depois duas paradas com obras na pista, cada uma perdemos mais de 40 minutos. Com isso acabamos completando a primeira etapa do Iron Butt (1.000 milhas) em aproximadamente 23 horas. Para completar as outras 1.000 milhas em até 48 horas, precisaríamos tocar direto, sem dormir, o que não era nada aconselhável. Então decidimos parar em Itaobim-MG para dormir e no dia seguinte estudaríamos como chegar em Natal-RN a tempo de confraternizar com os Bodes do Asfalto.

No dia seguinte, olhamos o mapa e decidimos iniciar um outro Iron Butt de 1.000 milhas para chegar até Natal-RN no domingo pela manhã, dia 6. Saímos de Itaobim-MG por volta das 10:30 horas da manhã e seguimos pela BR-116 até Feira de Santana-BA, dali pegamos a BR-101 e seguimos até Natal-RN. Todo este trecho, com exceção do estado de Pernambuco, as estradas estão boas, algumas ainda não estão bem sinalizadas, mas o asfalto está bom. Em Pernambuco é bem nítida a divisa do estado, pois foi só passarmos a placa que divide Alagoas com Pernambuco que começaram os buracos na estrada. Aliás, buracos na estrada não, buracos com alguns pedaços de asfalto. A BR-101 em Pernambuco está tão ruim que só se consegue rodar a 30 ou 40 km/h no máximo. Eram daqueles tipos de buracos onde você entra com a moto inteira em um buraco, sai e entra no outro, imagine só a emoção. Nossa sorte é que atravessamos a divisa por volta das 4:30 hs da manhã e logo começou a clarear o dia, senão seria ainda pior. Falando em Pernambuco, vale a pena um comentário. Você não pode passar pelas estradas do interior do estado por causa do risco de assalto no triângulo da maconha, a beira do rio São Francisco, na região de Cabrobó-PE. Também não dá para rodar pela BR-101 porque está muito mal conservada. A única coisa que sobra de bom, são algumas praias. Acho que seria melhor excluir este "país" do Brasil, assim não teríamos também presidentes vindos de lá.

Passado o susto deste trecho ruim, rodamos pela região metropolitana de Recife-PE. Aí foi outra aventura, pois como já era domingo de manhã e todo mundo estava saindo de casa para ir pro litoral da Paraíba, incluindo muitos ônibus de "farofeiros" que iam passar o dia na praia, pegamos bastante trânsito com um pessoal da região que dirige muito mal, o que nos fez atrasar bastante a viagem. Acabamos fechando o segundo Iron Butt de 1.000 milhas em Canguaretama-RN, aproximadamente 80 kms antes de Natal-RN, por volta das 10 horas da manhã. Paramos para comer alguma coisa, nos refrescar e seguimos para Natal, onde os Bodes do Asfalto já estavam saindo para a almoçar na churrascaria. Optamos por almoçar no próprio hotel e descansar um pouco para curtir o Lual na beira da piscina que estava programado para aquela noite.

Segunda-feira, dia 7/9, como a maioria do pessoal que foi para o evento dos Bodes do Asfalto já tinham ido embora, optamos por descansar um pouco na piscina do Imirá Plaza Hotel onde estávamos hospedados.

Depois fomos almoçar junto com alguns Bodes do Asfalto de Natal-RN e outros que ainda ficaram mais alguns dias na cidade. A tarde levamos as motocas para um banho, afinal depois de 3.500 kms e muita chuva, elas não mostravam mais qualquer cromado que poderia ter.

A noite fomos até a praia de Ponta Negra para tomar umas geladas naqueles barzinhos noturnos. Foi quando o Enoque telefonou e disse para aguardarmos que ele estava indo nos resgatar para ir a casa dele. Ainda bem que a mulher do Enoque dirige, porque o véio já tinha tomado tanto que não sentia mais nem a mão que estava quebrada, aliás, só foi descobrir que estava quebrada depois que passou a ressaca. Chegamos na casa dele e começamos a derrubar um Ballantines, quando comentamos que faríamos o passeio de Buggy pelo litoral norte de Natal-RN no dia seguinte com um Bugueiro chamado Jacaré. Como era seu conhecido, o Enoque ligou para o tal do Jarcaré e disse para ele ir lá tomar um whisky conosco. Alguns minutos depois já conhecemos quem seria o tal do Jacaré que iria pilotar o buggy no nosso passeio.

Ficamos até algumas horas da madruga lá na casa do Enoque e por fim fomos tomar as saideras na tal da rua da Salsa em Natal-RN. Diga-se de passagem, que é um lugar muito bom e com muitos barzinhos.

Na terça-feira acordamos cedo e logo fomos fazer o passeio de Buggy junto com o casal Conrado e Angela dos Bodes do Asfalto.

Além do passeio radical que dura o dia todo pelas dunas de Natal-RN, ainda tem muitas atrações no percurso com possibilidades de fazer esquibunda, aerobunda e tomar umas cevas no meio da lagoa de Genipabu.

A noite tomamos uma saidera nos barzinhos da rua da Salsa e preparamos as bagagens para começar a segunda ida da viagem com destino ao sul.

Para o retorno programamos vários dias de viagem e sempre que possível buscar estradas mais próximas ao litoral, onde pudéssemos conhecer um pouco mais das praias do nordeste, principalmente aquelas que não são muito exploradas pelo turismo.

Saímos de Natal-RN e paramos dormir numa pousadinha na beira de praia em Cabedelo-PB, logo depois de atravessar a balsa de Lucena-PB, bem próximo a João Pessoa-PB.

Na quinta-feira continuamos pelas estradas litorâneas, passando pela praia de Tambaba-PB e atravessamos para Pernambuco.

Novamente pegamos aquele trânsito da região metropolitana de Recife-PE, desta vez era no final da tarde e tivemos que enfrentar novamente aqueles maus motoristas de carro com aquela zona toda no trânsito. Paramos para dormir em Porto de Galinhas-PE.

Aqui tivemos um imprevisto na chegada. Aproximadamente 15 kms antes de Porto de Galinhas-PE, vínhamos por uma estrada asfaltada, muito boa e bem sinalizada. Acho que estávamos rodando entre 80 e 100 km/h. De repente, do nada e logo após uma curva, a estrada acabou. Isso mesmo, sem qualquer sinalização anterior, havia um palanque no meio da estrada sinalizando para ir para a direita, mas a estrada só continuava para a esquerda (contra-mão). Na verdade havia um desvio com desnível para a direita onde se deveria seguir, mas não era visível. Eu, que vinha na frente, como não vinha carro em sentido contrário, acabei indo pela esquerda mesmo, onde havia estrada, mas estava sendo reformada. Logo que pude, já em velocidade mais baixa, atravessei a pista pegando o desvio pelo caminho certo e rezei para que o Pedrinho tivesse a mesma sorte que eu. Infelizmente não foi o que aconteceu. Olhei pelo retrovisor e vi que os carros que tinham passado por mim já estavam parando com os piscas ligados. Fiz o retorno rapidinho e voltei para ver o que tinha acontecido. Quando cheguei o Pedrinho tinha caído e já estava em pé, pois dois motoqueiros e a ambulância da SAMU que vinham logo depois dele, pararam para ajudar. Ele chegou a pegar a pista do lado direito conforme indicado, mas como era um desvio, com depressão e de areia batida, a moto acabou deslizando. Felizmente não foi nada muito grave, apenas alguns arranhões e poucas dores do impacto. A moto também teve poucos estragos. Amassou um pouco o mata-cachorro, riscou o tanque, alforge esquerdo e lanternas. Como ele estava razoavelmente bem, seguimos até Porto de Galinhas-PE e fomos direto ao posto de saúde para ver se estava tudo bem mesmo. Ele fez um curativo no joelho e tomou uma injeção para dor. Com isso acabamos optando por ficar o dia seguinte em Porto de Galinhas-PE, assim, além de curtirmos um pouco do litoral de Pernambuco, também daríamos um tempo para o Pedrinho se restabelecer. Na foto abaixo dá para ver o pequeno arranhão no joelho esquerdo. Ele também tinha um pouco de dor no pulso, mas acho que não era do tombo e sim de tanto apertar aquela embreagem dura da Rarlei. Depois de andar muito tempo pelas estradas litorâneas, onde passávamos por diversas cidadezinhas, com paralelepípedos e muitas lombadas, a mão já estava doendo. Bem que falaram para nós que Rarlei é coisa pra macho e nós não acreditamos, hehehehe....

No dia seguinte, quando saímos para continuar a viagem, paramos para verificar de dia o ponto da queda. Na foto abaixo é possível observar a pequena placa no meio da pista com a seta indicando o sentido e o tipo de desvio com areão. Imagine isso a noite, quando você está trafegando numa estrada muito boa, bem sinalizada e de repente se depara com uma situação dessas? É preciso reagir muito rápido e ainda levar sorte de não pegar o sentido errado.

Continuamos nossa viagem conhecendo um pouco do litoral e das cidadezinhas que são, de certa forma, até meio abandonadas. Muitas cidades sobrevivem de algum turismo e da pesca. Falando em pesa, encontramos pessoas vendendo Guaiamuns (espécie de carangueijo) na beira da estrada.

É interessante que eles não vendem por dúzia, como é feito no sul, eles vendem por corda. Uma corda de Guaiamuns, como da foto acima, é vendida por mais ou menos R$ 8,00 a R$ 15,00, dependendo do tamanho dos Guaiamuns.

Paramos para almoçar em Maragogi-AL e continuamos por mais algumas balsas e cidadezinhas, parando para dormir em Maceió-AL.

Seguimos viagem e, em Aracajú-SE, comentei com o Pedrinho que minha moto estava com uma trepidação fora do normal na roda traseira. Como a minha Rarlei não treme, eu precisava averiguar o que estava acontecendo. Falei para ele que desconfiava ser alguma coisa com os rolamentos. Como era domingo, seria mais fácil ficar em Aracajú-SE, que é capital e tentar achar um mecânico no dia seguinte, segunda-feira.

Levantamos cedo e fomos até uma concessionária Honda, onde perguntei se eles conheciam algum mecânico que pudesse dar uma olhada na moto. Nos indicaram um tal de Mário Chileno. Seguimos para lá e realmente confirmamos as minhas suspeitas. Um dos rolamentos estava gasto e precisava trocar. Como tiramos a roda traseira, já aproveitei para trocar os dois. Poderia ser algo rápido para consertar, mas com toda aquela pressa dos nordestinos, o cara levou mais de uma hora para tirar a roda. As 11:30 hs da manhã saiu para comprar os rolamentos e nós aproveitamos para ir almoçar. Quando retornamos, por volta de meio-dia e pouco, o mecânico já tinha saído para o almoço. Pra melhorar a história ele só retornou às 14:30 hs e nós tivemos que ficar esperando. Começou a montar e por volta das 16 horas estava pronta. O conserto até que não foi caro. Os rolamentos custaram R$ 50,00 e ele cobrou mais R$ 40,00 de mão-de-obra. Decidimos pegar a estrada e parar em alguma cidade mais adiante, pois não compensava ficar em Aracajú-SE mais uma noite.

Logo a frente pegamos mais uma balsa e fomos informados que teria uma outra a 45 kms dali. O problema é que a segunda balsa e última do dia, saia dali a 1 hora. Então tínhamos 1 hora para fazer os 45 kms. Até aí tudo bem. Se não fossem os guardas no meio do caminho. Pois é, os únicos policiais que nos pararam na viagem foram esses, bem no meio de duas travessias de balsas. Ainda bem que foram bacanas, viram os documentos e logo liberaram. Quando chegamos a balsa já estava aportando.

Nesta travessia tivemos a satisfação de conhecer o casal Bakana & Val, que estavam viajando pelo litoral com uma XT 660. Os dois pegaram a balsa no sentido contrário ao nosso imaginando que levaria ao Mangue Seco (onde foi filmada a novela da Tieta), mas na verdade é necessário pegar um barco que leva até o outro lado onde está Mangue Seco, então acabaram optando por retornar e nem desceram da balsa.

Como já tinha anoitecido, paramos para dormir em Indiaroba, ainda no estado de Sergipe. É uma cidadezinha muito pequena e a primeira vista imaginamos que nem encontraríamos lugar para dormir. Até que pegamos algumas informações e chegamos na pousada da Dona Maria. Antes mesmo que subíssemos para dar uma olhada nos quartos, fizemos amizade com a dona da pousada, que é uma figurassa simpática que só ela mesma. Começamos a conversar e o Bakana perguntou se ela tinha café. Ela disse para aguardar 5 minutinhos que já ia preparar para nós. Enquanto aguardávamos o café, vi o balcão cheio de cerveja e pedi para ela trocar meu café por uma SKOL bem gelada para tirar o pó da garganta. Acabou que o Bakana e a Val fizeram o mesmo. Começamos a tomar cerveja ali mesmo, na entrada da pousada e logo a Dona Maria já ofereceu Guaiamuns para nós. Não tivemos como recusar; ficamos um tempão quebrando Guaiamuns e tomando cerveja.

É claro que aqueles bichinhos dão bastante trabalho para comer e não oferecem muita carne, então após muito tempo, bons papos e cevas geladas, ainda estávamos com fome. A Dona Maria disse que ia fritar um peixe espada para nós. Quando ela nos trouxe, ensinou como tirar os espinhos para comer, assim como ensinou como comer os Guaiamuns. Depois do primeiro, pedimos mais um e mais algumas cervejas. Pra terminar o filho dela ainda foi na cidade comprar milho assado para nós.

Aqui vale um parênteses. Nesta cidade fomos muito bem recepcionados pela Dona Maria, seu marido e seu filho, que trabalham na pousada. O estabelecimento é uma pousada, lanchonete e salão de cabeleireiros onde a Dona Maria complementa seus rendimentos.

Quando chegamos na cidade imaginávamos que na melhor das hipóteses encontraríamos um lugar para dormir, mas na realidade tivemos a oportunidade de conhecer uma senhora muito simpática e divertida. Ela é muito boa de papo e tem muitas histórias para contar, inclusive nos contou que o nome da cidade (Indiaroba) foi batizada porque os franceses iam para lá e quando tomavam banho no rio, deixavam suas roupas na margem. Aí os índios gritavam para as índias: Índia roba, índia roba, índia roba, .....

Na chegada desta pequena cidade, observamos uma pequena aglomeração na frente de um estabelecimento e ao passarmos na frente observamos que se tratava de um velório. Conversando com a Dona Maria ela disse que era um senhor de idade que vivia bêbado e foi atropelado por um motoqueiro da cidade, também bêbado. Dá pra imaginar uma cidadezinha de paralelepípedos que passa um carro a cada uma hora, um cara ser atropelado por um motoqueiro? Só a bebida explica isso.

Bom, depois de muitos papos, Guaiamuns, peixes e milho assado, regados com várias skols, resolvemos ir dormir, pois já passava da uma da manhã e pegaríamos a estrada no dia seguinte. Somente neste momento é que fomos tirar as bagagens das motos e subir para conhecer os quartos. Nessas alturas nem nos importávamos pela qualidade da hospedagem, pois já estávamos "anestesiados" mesmo, rss....

Fomos acordados no dia seguinte com um carro de som passando pela cidade anunciando e convidando todo mundo para o enterro daquele senhor que foi velado na noite anterior. O mais interessante é que o carro anunciava o Sr. fulano de tal, que faleceu com oitenta e poucos anos e deixava os filhos, Raimundo, Raimundinho, Manoel, ..........., Maria e Firmina. No total eram mais de 12 filhos pelo que deu para contar. Pelo menos o cara fez o que tinha que ser feito enquanto estava vivo.

A Dona Maria nos preparou um bom café, com frutas, queijos, salames e tudo mais que tínhamos direito. Depois ela insistiu que ficássemos mais um dia na cidade para visitar o Mangue Seco, falou que iria conosco até lá,, mas como tínhamos muita estrada pela frente, a Dona Maria pegou carona com o Pedrinho e só fomos dar uma volta pela cidade, conhecer o porto e a estátua da Indiaroba.

Felizes por conhecer uma pessoa tão simpática e uma cidadezinha aconchegante com os turistas, seguimos nossa viagem pela Linha Verde para o sul, sentido Salvador-BA.

Dizem que o nome desta rodovia Linha Verde foi batizada por causa da quantidade de plantação de cocos que tem na região.

Em Salvador-BA perdemos bastante tempo para atravessar a cidade e pegar o Ferry-Boat para Vera Cruz-BA. A cidade é muito mal sinalizada e tem diversos viadutos. Você só descobre que a pista que você pegou faz uma curva para outro canto da cidade depois que já está no meio do viaduto e não tem mais como mudar de pista. Isso aconteceu umas 3 vezes. Creio que levamos mais de uma hora e meia para conseguir chegar até o Ferry-Boat.

Depois da travessia, entramos junto com o casal Bakana & Val até Cacha Pregos-BA, pois eles queriam passar para cumprimentar um amigo que morava ali e aproveitamos para almoçar.

Em Nazaré-BA o Pedrinho se despediu de nós e seguiu reto para pegar a BR-101, enquanto nós seguimos pela estrada mas próxima do litoral. É que o Pedrinho tinha outros compromissos em Curitiba-PR e precisava chegar até quinta-feira, dia 17/9, portanto viajando pela 101 seria mais rápido. Como eu só precisava chegar no sábado à noite, dia 19/09, preferi seguir conhecendo mais um pouco do litoral.

Como o casal Bakana & Val também ia pelo litoral, seguimos juntos e paramos para dormir em Camuma-BA, numa pousadinha que tinha um restaurante na parte de baixo. Como chegamos meio tarde, só tomamos umas geladas para tirar o pó da garganta e logo fomos dormir.

Na quarta-feira, dia 16, combinamos de ir para Porto Seguro-BA e chegar a tempo de conhecer um pouco da praia. O Bakana disse que conhecia uma pousada a beira-mar muito boa e barata. Chegamos em Porto Seguro-BA por volta da uma da tarde.

Depois do almoço conhecemos um pouco do litoral e fomos para a piscina da pousada Garça Branca.

A noite fomos comer um acarajé e pastel de camarão no centro da cidade, onde pudemos conhecer a feirinha (entenda-se: lugar pra turista deixar o $$$) de produtos da cidade e o centro etílico. É difícil andar sem ser incomodado nesta feira, pois a todo instante tem um baiano (ou baiana) te oferecendo alguma coisa.

Nesta noite já me despedi do casal Bakana & Val porque no dia seguinte eles continuariam em Porto Seguro-BA e depois iriam para Teixeira de Freitas-BA para visitar um amigo. Eu saí logo cedo descendo pela BR-101 e atravessei o estado do Espirito Santo.

Entrei no estado do Rio de Janeiro já a noite e parei para dormir em Campos dos Guaytacazes-RJ com 850 kms rodados neste dia.

Peguei um hotel no centro da cidade e bem na frente de uma lanchonete que fica no entroncamento de 3 ruas, onde uma delas é bloqueada a noite para colocar as mesas e cadeiras para tomar cerveja e comer espetinhos. Após um banho desci para tirar o pó da garganta com umas skols bem geladas e experimentar o espetinho "de gato". Enquanto tomava algumas skols pensei num roteiro para o dia seguinte e vi que, se eu continuasse pela BR-101, chegaria em Curitiba-PR no máximo no sábado por volta da hora do almoço. Então passei um torpedo pro Seu Craudio questionando se teria skols em Rio Claro-SP na sexta-feira. Como ele respondeu que sempre tem cevas a disposição dos amigos, resolvi sair cedo e ir até C.U. para um abraço no amigo. Saí de Campos dos Guaytacazes-RJ por volta das 7 horas da manhã pegando um roteiro alternativo pelo meio do estado, por umas serrinhas muito bonitas que sai em Além Paraíba-MG, bem na divisa com o Rio de Janeiro. Depois desci a BR-393 até pegar a Dutra sentido São Paulo.

Segui até São José dos Campos-SP e comecei o desvio até Rio Claro-SP. As 8 da noite já estava em Araras-SP, no aeroclube, onde estava rolando uma festinha por conta do aniversário do Rornet. Fiz um desvio de mais ou menos 250 kms (500 kms ida e volta), e valeu muito a pena. Além de aumentar um pouquinho a motocada, pude rever vários amigos.

Depois da festa do Rorneti, eu, Mugão e Seu Craudio fomos para a residência do Crauduxo assar umas picanhas, papear um pouco (até as 5 da manhã) e tomar mais umas geladas.

No sábado, dia 19/09, eu deveria chegar em Curitiba-PR. Levantei por volta das 9 horas, tomei uma baita cafezão na companhia do Seu Craudio e Dona Vera e me preparei para sair.

De repente o Seu Craudio recebeu um telefonema convidando para uma feijoada e acabou saindo junto comigo. Motocamos por mais de 120 kms, onde nos despedimos e eu segui para o Rodoanel, em São Paulo-SP e depois pela Régis Bitencourt para Curitiba-PR. Como sempre, comecei a pegar chuva e frio quando estava chegando em Curitiba-PR. Acho que eram as boas vindas do sul dizendo: MAZZO, CHEGA DO CALOR DO NORDESTE, VOCÊ ESTÁ CHEGANDO NA TUA TERRA.

Não quero citar nomes para não esquecer de ninguém. Gostaria de agradecer a todos os amigos que encontrei pelo caminho e de certa forma pudemos compartilhar momentos de motocadas, brincadeiras, cevas geladas, passeios de buggy, almoços, jantares e tudo mais.

Deixo aqui um GRANDE ABRAÇO e PARABÉNS por me aturar ao parceiro e irmão Pedrinho pela companhia nesta MOTO EXPEDIÇÃO SETEMBRO A NATAL.